O que se passa pela minha cabeça #1
Ultimamente, tenho andado neste debate na minha cabeça. Nem é bem um debate, porque no final acaba sempre na mesma forma: é um confronto eu ter tanto para dar e gostar e não haver uma simples opurtunidade para conseguir trabalhar na minha área! Eu sei que há prioridades na falta de dinheiro, mas carambas, quando há dinheiro para salvar bancos a torto e a direito, que o último governo não quis saber dos sinais de alerta ( ou quiseram mas simplesmente ignoraram) porque raio não é possível aumentar o investimento na investigação, que aumenta não so o PIB mas como também o conhecimento e potencial aplicação nas áreas que nos são vitais?
É um conflito para mim porque, eu sei que a investigação é um trabalho precário: é passar o resto da vida sem segurança. Não se pode fazer planos a médio prazo, porque não se sabe se daqui a meses não vai ser renovada a bolsa, se vai haver investimento ou não. O tempo em que se tirava um curso universitário e era doutoramento e emprego na Univerisidade garantido acabou. Mas eu não pedia isso, eu só pedia um trabalho na área.
A biologia/ecologia não me define. Não, mas ajuda na definição. Faz parte de mim, é o que eu gosto, é o que me dá prazer fazer. Sinto saudades do cheiro de um laboratório (até saudades de vestir as malditas batas), de pegar em artigos e ler, e anotar a informação que me fará falta para comparações, ou para um protocolo. Tenho saudades de olhar para números e brincar com eles. Tenho saudades... Tenho pena. É triste.
Mas terei que aceitar que é uma parte de mim que vai ficar para trás. Se já não é fácil para quem tem experiência, quanto mais quem não tem e há dois não exerce? É um país triste..... Em que eu não sou a favor, não, exerço o meu direito de voto, mas não me admiro com as percentagens de abstinência. As escolhas nunca são melhores, nunca fazem diferença.
Eu é que tenho de aceitar a diferença entre o que a minha cabeça quer, e o que a realidade me dá.
Sinceramente,