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Super Herois e Religião

Deus, ao 7º dia parou para descansar. O Super Homem não sabe se vai ter o dia livre. O Batman está a dormir depois de uma noite a vigiar Gotham. A Mulher Maravilha está ocupada entre escolher a roupa de domingo e salvar o Steve Trevor.

Domingo, nos dia de hoje não deixa de ser o "dia de ir à missa". Mas ao contrário dos tempos idos em que a indumentária era formal comprada especialmente para aquele fim, o traje dos tempos atuais é encontrado em qualquer lado: o famoso fato de treino. Domingo passa a ser o dia de colocar as séries em dia, a leitura e os filmes. 

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Não são os super heróis uma religião? De acordo com o documentário "Superheroes Decoded", os super heróis e a história dos U.S.A. andam de mãos dadas. E, no fundo, com  a história mundial. Durante a 2ª Guerra Mundial, apareceram os simbolos patrióticos que apelavam não só ao nosso amor à bandeira, como mostravam que podiamos vencer, que o bem pode ganhar o mal. Era um alento face à fome, à tristeza da perda  e ao medo. Quando terminou esta guerra, entramos na guerra fria, em que a ideia que prevalece é o regresso à normalidade: a mulher em casa com os filhos e os homens a trabalharem. Nesta época de conservacionismo, imposta por McCarthy, os heróis iam desaparecendo com a criação de um código de conduta para B.D. e a associação da B.D. à demência infantil. Até que com Kennedy no poder e a corrida ao espaço, existe um novo ressurgimento dos super heróis, acompanhada pela maioridade atingida pela geração infantil reprimida aquando a guerra fria. A partir daqui, com várias mudanças em resposta à sociedade e história - criação do Homem Aranha quando a geração adolescente se revolta nos anos 60, o Capitão América deixa de ser Capitão América perante o escândalo de Watergate, ressurgindo após o 11 de Setembro, ressurgimento do Super Homem durante a Guerra do Vietname - os Super Heróis, mesmo para os não-americanos são símbolos de esperança, força e liberdade, sem nunca esquecermos o seu lado humano. Por isso, durante décadas, temos lido e discutido as aventuras dos Super Heróis, seja sobre versão de livro em comics ou em versão de cinema, temos idolotrado estes seres porque eles são o simbolo de algo maior poderá existir.

 

Lendo isto, no final do documentário fiquei a pensar: não é a mesma coisa que a fé religiosa? É inato ao humano precisar de acreditar numa força que não consegue explicar mas que nos pode ajudar a resolver problemas, que nos afasta da realidade para combatermos forças externas. Tudo isto só pela força do ... acreditar. Tal e qual como acreditar num super herói, que para além de tudo o objetivo deles é apelar ao nosso melhor lado, aos nossos melhores valores sem nos deresponsabilizar.

É obvio que não tem o teor de uma religão, nem a força para a maior parte das pessoas, porque não existe talvez a base real de onde foi criada a religião. Mas será? O Super Homem foi imaginado por um dos seus criadores, na sua adolescência, um ano depois do seu pai ter sido morto a tiro por ladrões na lavandaria onde trabalhava. 

Sei que provavelmente muitos não vão concordar porque "bonecos" e religião não são a mesma coisa. Mas no fundo para mim é tudo fé: fé em algo maior que nós. E não é isso que nos faz acordar de manhã, seja no que for que acreditamos?

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Sinceramente,

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BLOGGER
Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.

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