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The Daily Miacis

RESUMO AGOSTO

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Foste comprido Agosto, foste recheado.

 

Trouxeste-me alguma ansiedade que eu soube agarra-la pelos cornos, como se diz, e passou tudo bem. Trouxeste-me cansaço, muito mas muito cansaço. Sinto-me como se navegasse numa onda que me leva arrastada enquanto bato de vez em quando os braços. Trouxeste-me alegria, saídas, amigos. Trouxeste-me ideias e vontade de seguir em frente. Trouxeste-me o Yoda, o novo cãopanheiro da casa. 

 

Este Agosto teve um je ne sais quoi  de reset. Mas o que mais quero agora é que chegue Setembro com uma parte das férias.

 

Enchi-me de muitos planos este mês, muitas ideias. Mas agora tenho de aprimorar, tenho de refinar, tenho de escolher e tenho de focar. 

Também trouxe muita desorganização, logo agora que andava no #organizeasuacasa da Claúdia. Mas a lista tem aumentado aos poucos e também tenho riscado. Ainda assim, não tenho correspondido às minhas expectativas.

 

Não sei porquê, agora que penso no mês, vejo que houve alguma maturação pelo meio. Algumas respostas minhas a certas situações, que vi " deve ser isto o que é chegar aos 30". O que é bom, nem tudo é mau em crescer.

 

Das metas:

Participar nos cortejos da Senhora da Agonia (mas isto nem se punha em questão): Claro, desde o inicio até ao fim. Com todos os tropeções possíveis, mas não falhei. Este ano contei com uma bolha e uma insolação. Mas também com muitos churros, risadas, danças e bons momentos.

Fazer tapetes na festa da Senhora da Agonia: fomos! E gostei! Senti o ar do que é viver na Ribeira, e sai com muitas dores nas pernas e nas costas. Toda borrada. Mas bem contente. O tapete da nossa rua era o mais lindo!

Ler para o book bingo leituras ao sol 2 (não posso arrastar muito mais o the reader's of Broken Wheel recommend): ora bem, li mas nem era dos que estavam previstos. Já nem sei em quantas alterações vou.

Nos dias mais calmos caminhar com o Chewie na praia: fui, mas caminhamos mais pela aldeira. Descobrimos um caminho que nem sei como sabiamos da sua existência mas nunca lembramos que tinha luz à noite. Ou seja é bom para ir caminhar no Inverno!

Ajeitar as estantes para colocar os livros da BD da Disney ( faz parte do Organize a sua casa do projeto da Cláudia): não! Só vou este fim de semana buscar os acessórios que faltam. Mas já tenho a parte da estante para onde vão limpa.

Arrumar as ervas para fazer chá no Inverno: começei, mas ainda não acabou!

 

Sinceramente,

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Como e Porque - Gerir ansiedade

 

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Nos dias de hoje, ansiedade é algo que já se fala mais, talvez porque infelizmente, na minha opinião, é uma desordem que cada vez mais afeta pessoas. Penso que não seja só a pressão social e expectativas elevadas, a pressão de querer sempre melhor que o outro, porque isso sempre existiu em várias épocas, mas associado aos niveis de stress da vida acelarada, colide na nossa cabeça. Poderia ainda dissertar sobre os valores morais, mas então nunca mais chegaria ao propósito deste post.

 

Sofrer de ansiedade é este nivel de entropia elevado que só queremos estar sós porque as vozes na nossa cabeça não nos deixam sosssegados mas, ficar só é um problema. O caos pode ser tão grande, que pode aumentar a pressão e levar a um ataque de ansiedade. Por isso temos que arranjar forma de ordenar o sistema, mas não entrar um ciclo vicioso de picos de desordem. Isto, é o que funciona para mim, e nunca devemos esquecer ao longo deste processo que temos de procurar ajuda profissional, pelo menos numa fase inicial.

 

Reset -  o ciclo (não) viciante em que entramos, é torturante. Não dormir, esforçar para continuar normalmente, trabalhar, frustar porque não conseguimos concentrar da mesma forma, pouca paciência, estamos mas não estamos a ouvir os outros, "está tudo bem só quero descansar", voltar a dormir mal, mais um dia a tentar fazer tudo normal, mais um dia em que o descanso é suposto tratar de tudo. Esta ciclo é impossivel,portanto para mim o melhor nesta fase é fazer reset. É mesmo deixar o corpo levar a melhor, e descansar o máximo. Queres ver um filme? Vê. Queres ler? Vê. Não queres nada? Não faças nada

 

Rotina - A fase do reset deve ter o seu tempo mas não deve ser indefinida, senão o corpo e a mente não reabilita. Ao pouco temos de começar a criar uma rotina. E esta fase é essencial. Para quem como eu nestas fases fica com o sono todo alterado, primeiro a rotina antes do sono. Quase como quando somos pequenos e nos introduzem naquela rotina que sabemos que é hora de ir para cama. Nada de coisas que nos despertam muito a mente. Para mim é por exemplo não ficar muito tempo a escrever no PC até tarde, ou jogar, ou ver coisas muito "ativas" por exemplo "La casa do papel" é algo que não posso ver até perto da hora de dormir. Fico com vontade de querer ver sempre mais e mais, e perco o sono. Temos que jogar com as ferramentas que o nosso corpo tem. Eu demorei imenso tempo até detectar um padrão entre as minhas idas ao ginásio e noites mal dormidas. Tinha por hábito ir ao ginásio ao final do dia, mas depois ficava desperta até às duas da manhã. Quando associei que as idas ao ginásio que me deixavam acelarada, com a cabeça a bombar, troquei a hora para a hora de almoço. Não gosto, até proque eu adorava ir às aulas, principalmente de  combat,  na hora de almoço mal dá para as máquinas Mas era a melhor solução para mim.

 

Foco - Nesta fase,  a ideia é focar num objectivo e ter a sensação de tarefa cumprida. Senão focarmos num caminho com uma meta definida, se nos deixarmos à deriva, podemos acabar outra vez num caminho tortuoso. Por isso devemos focar numa tarefa produtiva, pois assim temos a sensação boa de ter algo feito por nós, a sensação de objetivo cumprido e quando nos concentramos na tarefa, acabamos por calar um pouco aquelas vozes que estão na nossa cabeça. Nesta fase aprendi a ter esperança novamente, a abraçar novos projetos, e deixar de ter medo de mim. Nesta fase ganhei confiança que consigo.

 

Conviver - é a fase mais demorada e mais trabalhosa. É saber conviver, é saber gerir as nossas emoções. É saber não dar tanta importância às fases más e saber aproveitar as fases boas. É saber balançar entre estas fases e aceitar isso bem. É conseguir conviver connosco, e não ter medo de pedir ajuda e fases má. É saber não ter medo da medicação e aceitar, que nos pode ajudar. É a ginastica, e a procura de algo que nos vai ajudar mais, sem grandes expectativas, mas sempre com a melhor intenção.  O medo? Esse está lá latente, mas conviver é aceitar que vamos sair sempre pela melhor.

 

Não é um programa fixo, e como tal, tem que ser ajustado para cada pessoa. Temos que ver que não somos iguais, nem todos temos o mesmo passado nem contexto, e nem todos somos afetados da mesma maneira. A medicação não é um demónio, não temos que ter medo porque a medicação é mais forte ou mais quantidade. As coisas mudam de ano para ano, o nosso próprio corpo reage de modo diferente. Eu já reagi mal a um ansiolitico quimico e depois fiquei optima com um mais natural por exemplo. Já reagi mal a outro ansiolitico, e tive que troca para outro um pouco diferente. Outra grande sugestão é procurar e ler sempre mais sobre outras pessoas que sofreram de ansiedade. Ao ler e falar com outras pessoas que sofrem acabamos por vezes métodos que não conheciamos e que nos podem ajudar. Experimentar o que já é conhecido: yoga, meditação, escrever um diário, caminhar, animais de estimaçã, etc.

 

Mas é isto que temos de aceitar, que não é uma fraqueza, no fundo é uma força gigante que geramos dentro de nós, é um alicerce calcário que está constantemente a ter fraturas mas que calcificam e ganham mais força. 

 

É uma luta diária, em que por vezes ganhamos, noutro empatamos e nalguns baixamos os braços. É não assustar com pouca coisa, aceitar e lutar. Tomar garra no que é nosso, no que somos nós e continuar.

 

Sinceramente,

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Como e Porquê - Tempo para ler

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Este post não traz nada de novo, nem é nenhuma novidade neste mundo da Internet. O que não falta são dissertações acerca de como arranjar tempo para ler. Porque insisto? Por vezes há um pequeno truque que cada um de nós usa e que pode  útil e o que outros precisavam. 

 

Desde pequena que leio. Sempre me foi incutido e eu mantive o gosto em mim, procurando novidades ou alimentando a curiosidade a ler clássicos. Como qualquer leitor, quem nunca entrou pela noite dentro a ler um livro porque não conseguia parar? Ou então não se lembra da última vez que pegou num livro porque a inspiração e o tempo não ajudavam?

 

É tudo muito bonito não é, pelo menos até ao final do liceu, e depois? Chega a universidade para quem segue, e os livros técnicos, as noitadas e os estudos, tiram nos um pouco a paciência, e para quem se esforça a coisa ainda vai por fases: em que se consegue ler muito e outras em que não se lê nada. Lembro me perfeitamente que comprei o primeiro livro da saga Game of Thrones depois de ter saído, e lido, o último do Harry Potter. Esse livro ficou parado na mesa de cabeceira da minha cama quase um ano. Quando me lembrei de pegar nele, não parei mais. E depois levei o ao ao George, cheinho de pó, para ele mo assinar mas isso já é outra história,

 

Agora que já parei o tempo de estudos, que tenho espaço para guardar os livros e um pouquito de dinheiro para comprar o que quero e quando quero, o tempo diminui. A vida é mesmo assim, dá com uma mão e tira com a outra. Mas nós, humanos, como excelente raça que somos só temos que saber é utilizar todas as ferramentas que nos deram, e adaptação foi das melhores que podiamos ter. Saber render o tempo é possível, e quando queremos a coisa funciona. 

 

Rever a nossa rotina -  dizer que não há tempo na nossa rotina para tirar, na maior parte das vezes, é coisa mal calculada. Eu cheguei a repetir isso várias vezes, até que comecei a olhar para o meu dia a dia. A verdade é que se perde uma meia hora em coisas dispensáveis, como ver o feed do facebook milhentas vezes, ou uma novela, etc. Não estou a dizer que se tem de cortar a isso piamente, nem pensar. Mas a verdade é que podemos muito bem dividir um tempo, ver o face enquanto vemos a novela, e depois ler. Ou então somente ler. Eu por exemplo leio nem que seja 10 a 5 minutos na minha hora de almoço quando estou em casa, e depois leio nos dias rentáveis quando chego do trabalho mais uns 10 minutos e depois leio à noite mais meia hora, se ainda estive a atualizar o blog, ou a ver uma série, senão sou capaz de ler bem mais que isso. Se fizerem 10 minutos aqui, e outros ali é possível. É verdade que por vezes existem histórias que requerem mais a nossa atenção e mais tempo seguido, mas aí é mais tentativa erro.

 

Livros com poucas páginas - um erro enorme que eu fazia É que a minha tendência era ler calhamaços principalmente de fantasia e que geralmente pertenciam a séries. Por isso lia poucos livros porque para acabar um livro daqueles demorava algum tempo. Assim desanimamos e nem temos a noção de tarefa concluida. Escolham livros pequenos pelo menos até conseguirem conciliar melhor o tempo.

 

Vários livros - Ler vários livros ao mesmo tempo é um erro. Por acaso agora faço o inverso, eu sempre lia um de cada vez e agora costumo ler dois ou três, geralmente livros de géneros diferentes. Faço isto para trocar um pouco o tipo de escrita e personagens e assim fico mais empolgada e não me farto tão rápido.Mas quando o tempo é reduzido não é aconselhável, pela mesma razão enunciada lá em cima, a sensação de tarefa concluída não é atingida e por isso acabamos por nos fartar um pouco.

 

Género - o género penso que faz toda a diferença. Escolham aquilo que vos satisfaz, seja livros técnicos, romances lamechas, BD, horror, policial, etc. Procurem sempre informação acerca do livro para terem uma ideia antes, e aproveitem  sem vergonha. Leiam aquilo que vos preencha, por mais ridiculo que vos pareça..

 

DIstrações -  No momento que estão a tirar parar ler, retirem todas as distrações da vossa beira. TV, telemóvel, computador, etc. Se é para ler, é para estar concentrado.

 

Um livro sempre com vocês - Se levarem um livro na bolsa, mesmo que não andem de transporte público, como é o meu caso, há sempre um momento em que temos de estar à espera de algo, uma consulta, um lanche, etc. Porque não aproveitam e leêm?

 

Anotem todos os livros que leram - No goodreads, num caderno, num quadro no vosso canto lá em casa, etc. Quando chegarem ao final de uns meses e verem o que leram, animam e pensam, bem eu consigo.

 

Arrisquem - Arrisquem no título que vos chama a atenção, numa capa que vos agrada. Por vezes saiem histórias que nunca pensavamos que seriam assim e agradam nos de todos. Descobrimos um novo autor, uma nova linha de história, e esse empolgamento é meio caminho para querer ler mais. 

 

Espero que vos ajude, a mim estes pequenos truques ajudaram. Isso e o Booktube. Nesta fase que passei que andei em baixo, o booktube foi uma lufada de ar fresco que me empolgou a ler e me ajudou a encontrar aquela parte da Sofia que estava perdida. E para além de nos inspirar, porque são inspiradores os vídeos que os booktubers portugueses fazem, é uma óptima fonte de informação de livros, coisas que nunca na vida sequer davamos atenção, e afinal era algo que até gostariamos.

 

Sinceramente,

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Tête a tête com as mágoas

 

Para quem não sabe, iniciei me no mundo da acunpuntura. Já tenho duas sessões feitas e umas micro agulhas nas orelhas. Confesso que ainda fico nervosa, porque aquela coisa de estar cheia  de agulhas deixa me um pouco estranha e não, não tenho pânico a agulhas. Notei diferença? Ainda é cedo para dizer, a ideia deste tratamento é ajudar me nesta altura de desmame e relaxar a longo prazo. Ajudar me a ser independente.

 

Na segunda sessão passou se algo fora do normal. Quando me colocou as agulhas na perna direita doeu me bastante, e no final da sessão continuava a doer. Depois de conversar, fiquei a saber que segundo a filosofia oriental, quando guardamos mágoas no corpo, a energia concentra-se na barriga das pernas e nas omoplatas. Coincidência ou não são dois dos pontos que eu tenho mais problemas musculares: tenho contraturas infinitas na omoplata e imensas caimbras nos pés. 

 

Colocando os pontos nos "is": eu não acredito em nenhuma  religião per se. Cheguei a pensar uma altura que era Budista mas sei que não sou pois também tem pontos na sua religião com os quais não concordo. A religião existe porque nós humanos precisamos de acreditar em algo superior a nós, algo que nos dá fé e esperança, e que explique aquilo que não conseguimos explicar. Eu também não acredito muitos nas filosofias das energias porque há coisas que eu, como pessoa da área da ciência, não consigo ouvir e pensar na forma deles, eu simplesmente quebro aquilo nos átomos e nas formulas, e penso de uma forma crtiica. Mas há coisas que acredito que não conseguimos explicar, acredito que a energia flui sim porque nós somos energia, acredito que existe algo superior a nós que não conseguimos explicar e que deve se manter assim, porque há coisas que não precisamos de entender, é demais para compreendermos, quando nós complicamos o quão simplificados que nós somos. 

 

Mas, ao falar das mágoas, não deixei de pensar que até não era de todo errado porque mágoas já as colho há muitos anos. E quando comecei a pensar nas razões das mágoas, naquelas que fui guardando nas pernas e nas costas, comecei a pensar aos anos que tenho isto guardado. Ao tempo que caminho de costas curvadas com isto. Sim mandei para as costas, virei lhes a cara mas elas continuam lá, escondidas na sombra. E pensei para mim, eu tenho que ter um tête a tête com as mágoas, tenho que as alinhar, sentar, falar com elas e dizer que isto não pode continuar, que não somos felizes assim e que temos de partir cada uma para o seu lado.

 

A aprendizagem é aquela cicatriz que fica de uma experiência, que mostram a nossa história, mas quando fica a mágoa, é como uma farpa que fica ali no meio da cicatriz, e que nunca mais deixa a cicatriz curar por completo.

 

Por isso vou me sentar e falar com as minhas mágoas. Porque tenho de ser feliz e tenho de continuar em frente.

 

E quero ser mais leve.

 

Sinceramente,

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BLOGGER
Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.

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