Os livros na minha vida
Hoje é o dia mundial do livro. Esse conjunto de folhas com um conjunto de letras e/ou imagens no seu interior, preenche-nos a alma, dão sentido a tanta coisa e germinam esperança, de tal forma que têm de fazer parte da nossa vida. São os testemunho da minha história, da tua história, da história de uma sociedade, de uma mente, a história de um mundo, de um planeta. Por isto e tudo mais, penso que hoje fazia sentido falar neste dia mundial do livro, como os livros fazem parte da minha vida.
Posso dizer que tive alguma influência por fora, porque quase toda a gente na minha família lê. Uns mais que outros, mas todos lêem. O maior "rato" de leitura posso dizer que é o meu pai. Há muitos anos que invejo o tamanho da biblioteca dele. Eu bem que tento chegar lá, mas ele está sempre um passo à frente: já são muitos anos de acumulação e muita curiosidade. .
Posso dizer que desde pequena enverredei pelo gosto da literatura da fantasia, e pela ficção cientifica. E pela banda desenhada! Herdei do meu tio a colecção de livros da Disney como Tio Patinhas e Pato Donald, e fui aumentado-a ao longos dos anos (se tiverem em casa e não quiserem, eu adopto esses livros). Da mesma forma, herdei os livros do Astérix e Obélix do meu pai, e assim tenho quase a coleção completa.
Os livros têm feito parte de mim, consoante vão crescendo vou querendo ler outras coisas, mas não implica que não quer dizer que um dia pegue e me dê vontade de ler "Os cinco" ou "Uma aventura". Já respondi em vários desafios literários que fui publicando no blog, que não tenho bem livros favoritos (embora eu seja grande fã de "O senhor dos anéis"), tenho um livro que define uma parte da minha vida. Em quase todos os livros me lembro de qualquer coisa que aconteceu quando o li. Lembro que o "Harry Potter e a Pedra Filosofal" foi dos primeiros livros que me deixou com ressaca literária e de certa forma histérica, também é verdade que o li na pré adolescência, portanto todo um conjunto de hormonas estariam lá para ajudar. Lembro me que foi a minha avó que mo deu numa livraria em Viana num centro comercial que agora está às moscas. Lembro de me ler " O diário da nossa paixão" numa tarde na casa de uma amiga minha, enquanto ela foi à explicação e eu esperava por ela. Lembro me que quando li pela primeira vez "O Senhor dos Anéis" estava a demorar um pouco a ler, e ao comentar com um rapaz da minha turma, que já tinha lido, fizemos uma aposta e eu li mais rápido que ele a trilogia. Lembro me que nessa altura andava com uma fraqueza qualquer que me dava dores de cabeças fortes. Quando li "A Bússola Dourada" aquele sentimento de paixão da Lyra entendi o tão bem, e quando li "Anjos e Demónios" foi na mesma altura em que morreu o Papa Paulo II, ao mesmo tempo que lia os processos de escolha de Papa no livro via na TV as coisas acontecerem. Só chorei com um livro e esse livro foi o "Marley e Eu" que a minha prima Isabel me deu nos meus dezoitos anos. Quando acabou a saga do Harry Potter, foi quando acabei o secundário e fui para a universidade, pensei agora tenho que arranjar outra saga, olhei com algum desdém como a ver se chegas lá para" As Crónicas de Gelo e Fogo Livro I" e trouxe o comigo. Mal sabia que ia ser o próximo vício e esse livro ia ser assinado pelo próprio autor. Descobri Francisco Salgueiro no 12º por recomendação de uma colega e foi assim que li "Os homens da Caverna também oferecem toblerones". Esperei 3 meses para que chegasse o livro "Consultório sexual da Dr Tatiana para toda a criação" e quando li " A ilha" de Vitoria Bishop, sempre que via uma negra na perna pensava que tinha lepra.
Para quem tem uma memória de um peixe, são muitas recordações. Para mim é dos grandes super poderes que têm os livros. Eles conseguem nos transportar no tempo, no espaço. Conseguem impor em nós sentimentos. Conseguem que a nossa mente trabalhe quando mais nada no chama a atenção. Ganhamos vidas.
Vejo que talvez agora se falem mais de livros pelas redes sociais e ainda bem. Eu quando comecei o blogue não lia muito porque abrandei o ritmo alguns anos mas nunca sem deixar de ler um livro. Isso nunca. E é bom ver, que também graças ao blogue, voltei a ganhar este gosto, esta ânsia, esta vontade de navegar pelas palavras das outras pessoas. O blogue ajudou me, mas a instropeção que eu fui obrigada a fazer nestes últimos meses em parte por causa da ansiedade, fez me recuar no tempo. Quando me sinto perdida, para mim o melhor caminho é voltar atrás, voltar aos básicos, encontrar a Sofia, e a partir daí voltar a trilhar caminho. Foi neste voltar atrás que voltei a querer ler mais. Ler e escrever. Ainda há dias encontrei um livro que comecei a escrever no secundário, uma história que o meu pai escreveu para um jornal que eu queria criar na primária, e um esboço de um mundo que eu queria criar. Mas, isso já dava para outro livro também.
Os livros, o são para vocês os livros?
Não se esqueçam de dar um livro a alguém hoje.
Sinceramente,