Prenúncia do Norte - Crónica de uma ida à praia
Já dizia a música dos GNR, que é a prenúncia do Norte, há um prenúncio de morte de cada vez que é feriado ou fim de semana. Porquê? Sai uma pessoa de casa toda contente, e em 5 minutos de carro muda logo o caso de figura. Sim estou a falar de fazer praia cá no Norte.
Que não digam que cá no Norte não somos gente rija. É preciso gostar mesmo de praia. Vamos dissecar isto:
- Sair de casa porque em terra está um calor abrasador, quase nenhuma brisa. Estamos entre 2 a 5 km's de distancia da praia, e portanto o caso não pode muito mudar de figura. Até que nos aproximamos, começamos a ver os carneirinhos no mar, ou seja o mar está bravo. Mas isso não nos tira a esperança! Qual quê! Começamos a ver as plantas nas dunas a ceder ao vento. Mas é uma brisa.
- Estacionamos, saimos mas nunca sem pegar no corta vento e no guarda sol que não podemos ter muito amor a ele porque, realmente, a probabilidade de ele sair voado com o vento é alguma.
- Chegamos a praia. O doce cheio a maresia. Inspiramos fundo e .... entram uns quantos grão de areia pelo nariz acime. É aquela brisa que falava há pouco que levanta a areia. Mas é bom, porque temos uma sessão de esfoliação de corpo inteira, for free!
- E, depois de tudo colocado: corta vento martelado com pedras para ficar bem preso, toda uma estratégia para colocar aquilo de forma a cortar o vento bem da direcção de onde vem, e fazer uma curva para só termos calor onde estão as toalhas. Toalhas estendidas, tirar a roupa (e um arrepio por vez na pele), e toca a ir à água. É aqui, é neste momento que temos de gostar mesmo de praia aqui no Norte, porque como senão bastasse tudo o que foi antes referido que nos testa realmente o quanto gostamos de praia, no Verão vem uma corrente de água fria do Norte que arrefece mais a àgua relativamente ao Inverno. E é todo um exercicio deveras interessante porque das duas uma: ou estamos com frio do vento e a água fria ainda nos arrepia mais, ou estamos com o corpo quente de esturricar na pequena estuda criada pelo corta vento e ao tocar naquela água fria é como água benta no corpo de um demónio. Começam a doer os ossos nas canelas da água gelada, e, o desafio final: colocar a cabeça debaixo de água.
Sim estou chateada: foi feriado ontem, tenho uma marca horrenda de um top de desporto nas costas e não há um dia em que não esteja a trabalhar e que a praia esteja decente!
Bom fim de semana!