O que tenho lido #12 + 365 dias com Poirot e Marple
A terceira leitura deste desafio já está completa. Vou confessar: estava muito empolgada para este livro pois vi várias criticas a dizer que este era o melhor livro da leitora. Não é mau, contudo não o considero muito diferente a ponto de dizer que é o melhor.
Resumo:
"Roger Ackroyd sabia de mais. Sabia que a mulher que amava envenenara o primeiro marido, um homem extremamente violento, e suspeitava que ela era vítima de chantagem. Agora, que as trágicas notícias sobre a morte dela apontam para suicídio por overdose, são muitas as perguntas que parecem não ter resposta.
O perplexo Ackroyd decide investigar, uma decisão que tem consequências inesperadas. Ao deparar-se com as primeiras pistas sobre o caso, Ackroyd transforma-se no novo alvo do criminoso.
O Dr. Sheppard, médico da aldeia, fala então com o vizinho, um detetive reformado que escolhera o campo para passar tranquilamente os seus últimos anos de vida. A escolha não podia ser mais acertada pois o pacato vizinho é nem mais nem menos que o formidável Hercule Poirot..."
Como sempre gostei do tipo de narrador. Não sei porquê, tem um toque de elegância e mistério ver a personagem principal descrita pelos olhos de uma terceira. E, neste livro, temos uma mudança porque em vez de ser o amigo de Poirot, Hastings, é uma das personagens do enredo específico deste livro, Dr. Sheppard. Temos uma apresentação do Poirot como um desconhecido numa aldeia tipicamente inglesa em que todos falam da vida de todos, e temos descrições da vida daquela personagem que tinha ligação com todos os suspeitos inclusive uma grande amizade com a vitima. É nos apresentado interacções entre personagens não inteiramente ligadas à investigação per se como acontecia sobre o ponto de vista de Hastings, como por exemplo pequenas cenas entre o Dr Sheppard e a sua irmã, que achei uma personagem muito curiosa e engraçada, uma boa adição a este enredo.
Relativamente à premissa inicial, em que não considero este das melhores obras, mesmo tendo em conta o desfecho que sim, apanhou-me muito desprevinida, é porque a fórmula é sempre um pouco de mais o mesmo de Agatha Christie. Vou reformular melhor: eu gosto deste tipo de formúla porque gosto daqueles pequenos detalhes das pequenas acções do dia a dia e de pequenas conversas, em que conseguimos (ou tentamos) encontrar pequenas pontas. Contudo, ao final de algum tempo é sempre demais o mesmo, em que perdemos a conta porque são tantas personagens com tantas razões, e já para não falar, que o ritmo deste livro chega a ser um pouco monótono ao final de algum tempo, O impacto do final, penso que seria o mesmo com o ritmo da acção mais rápido.
Embora seja demasiado irritante o Poirot ser sempre o salvador do dia, admito que ele é uma personagem que nos conquista com as suas pequenas manias. Fico com um sorriso no rosto sempre que ele aparece, e não consigo deixar de imaginar que ele é o David Suchet (sim porque simplesmente o Poirot do filme " Um crime no expresso do Oriente" não é Poirot e aquele bigode é muito excêntrico).
O criminoso deste livro surpreendeu me bastante, contudo, não gostei da atitude do Poirot no desfecho do crime, principalmente a razão que ele dá.
Prontos para o próximo livro? Quem vai ler?
Sinceramente,