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The Daily Miacis

Acompanhada comigo mesma

 

 

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Depois de já quase dois anos a conviver numa batalha com o meu eu interior, cheguei a um nível novo: aquele nível perigoso em que pode tudo chegar ao sol e brilhar, ou então cair num abismo de uma forma súbita. Já acabei o desmame, sábado foi a última toma. Fiz uma mudança progressiva, porque quando comecei o desmame comecei a acunpuntura. E não tarda vou começar a meditação matinal.

 

Agora sou só eu comigo mesma. 

 

Penso que talvez seja a fase mais hipócrita e mais tangível de erros. Enquanto estamos na zona má, em que tudo nos pode acontecer e descambar a qualquer hora, sabemos isso, estamos preparados, "é só mais um". Mas quando chegamos a este nível, a confiança pode estar camuflada por uma arrogância, que não é saudável.  Eu estou preparada, isso está certo. Já não tenho medo de ter uma noite em que olha domir 5 horas em vez das 7, em que hoje cheguei a casa e tinha menos atenção  e estou um pouco mais acelarada. Aceitei que tenho defeitos, como todos, e que não sou a única assim. Aceitei que é normal acontecer coisas más, mesmo quando achamos que não merecemos. E que a vida pode ser madrasta, vezes seguidas. Mas é para isso que cá estamos, para corrigi-la, aceitarmos novos caminhos e desbrava los. Mais não seja torna a vida interessante. 

 

A Sofia que agora tem de conviver com a "Sofia" já não é a mesma. Já aceita bem as coisas, mas também sabe ver com o olho critico. Que ok, agora estamos assim, mas podemos estar assim. Vamos tentar colocar a coisa no sitio; se der, vai ser tão bom, senão der, temos mesmo é que aproveitar o caminho. 


Decidi que também estou farta de olhar para um futuro que nunca na nossa vida vamos ter a certeza como ele vai ser, e prefiro viver o presente. Tem o seu peso, e tem a sua falha, mas as memórias que ficam são maiores e melhores. 

Mas o melhor passo que dei e o que me ajudou mais foi soltar me das amarras dos medos mesquinhos e soltar a voz. Mesmo quando não sai mais que um assobio desafinado, o som que é a Sofia perdura no tempo, e por lá mantem-se. Por isso o meu conselho é que não tenham medo de admitirem-se! Antes de mostrarem quem são aos outros, primeiro mostrem se a vocês mesmo, mesmo os defeitos que vos enervam, aceitem. Só aí é que vão aprender a melhora lo. E não tenham medo de serem quem são. Por muito tempo tive medo de mostrar os meus gostos e de lutar mesmo por eles. E quê, hoje sou adoro e sou obececada por azul, e amanhã por rosa? Ainda bem, assim há gosto para todos e estamos sempre a renovar-nos.

Na sala onde estou a escrever não sou só eu e o portátil, o sofá e o Chewie. É tudo isso mais a Sofia que trago dentro de mim, mais a sombra com o peso de um passado que não nos deixa esquecer o presente, mas também um foco de luz que me faz querer agarrar a vida e continuar.

 

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SInceramente,

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Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.

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