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The Daily Miacis

Copas, Queen of Hearts || Porque o amor tem várias formas

Embora eu fale neles muito nos posts do projeto 366, acho que já há muito tempo não fazia um post só deles. E, esta semana num dia melancólico com a Copas, estava a pensar que acho que nunca falei por aqui dela e da história de como veio parar às minhas mãos. Hoje era o dia perfeito pela história de amor e porque ela é a Rainha de Copas, do coração, do meu coração e porque ela própria tem um coração nela (não o anatómico). Penso que é uma boa história para entrar neste fim de semana que ficou marcado como o fim de semana do amor, porque eu tenho um amor sem fim aos meus meninos. Todos os meus gatos são adoptados, e faço o que puder para ajudar outros. E para mim celebrar o amor, é celebrar todas as formas de amor, e não só o amor com o respectivo. Porque isso eu não preciso de marcar um dia para celebrar o amor que tenho com o meu namorado: o dia nos namorados é quando o homem quer.

Mas voltemos à rainha desde post. No dia 2 de Setembro de 2013, a minha avó ao vir do cemitério, que é perto de uma zona de matagal, disse que viu duas gatinhas cheias de fome a correr atrás dos carros e ainda iam ficar atropelas. Disse me que ia dar lá de comer, e eu respondi prontamente que ia eu porque assim tirava fotos e ia tentar arranjar donos e falar com associações. Quando cheguei ao sítio, minha surpresa foi que eram duas gatinhas com duas semanas e meias, do tamanho do chão, com as barrigas inchadas e famintas. Deixaram-nas num cartão em mal estado, com tanto de pulgas como de pêlo, no meio do monte para morrerem ou pela fome ou atropeladas, deram-lhes essas duas opcções. A minha reacção foi logo, pegar nelas (a Copas já nesse momento mostrou que não tinha um feitio fácil), coloquei-as no cartão onde as deixaram e trouxe-as comigo. Primeira coisa mal cheguei a casa, e ainda bem que era verão, foi chamar alguém para trazer a minha banheira de quando eu era bébe que ainda tenho, enche-la com água morna. E entre eu e o meu namorado, demos-lhe banho, durante uma hora, com um pente de piolhos a tirar-lhe as pulgas ( o fundo da banheira ficou preto ). A fome e sede delas era tanta, que elas quando viram água não tentaram fugir mas tentaram logo beber daquela água.

 

Depois de banho, comida, e eu andar com um cotonete com água a esfregar no rabinho delas, a imitar o que uma mãe faz naturalmente para elas tentarem fazer fezes, lá ficaram encostadas a dormir no quente. 24 horas depois a irmã da Copas morreu. Nem foto consegui tirar direito, e não é por ser bonita, mas foi mesmo pena, porque era linda, tinha os olhos verde esmeralda e o pêlo todo cinzento.

 

Com aquela coisa de ter morrido e eu pensar que fiz algo de mal, fiquei temorizada,e como se fosse o meu deve proteger a Copas. Bem como na altura a minha mãe não me deixava ter mais gatos, o combinado foi ficava com o meu namorado quando ele fosse trabalhar. Problema é que demorou uns meses, e entretanto ela foi crescendo, habituando-se a mim, à minha rotina, e às pessoas da casa. E quando foi altura de fazer a mudança, a coisa não correu bem. Magou-se numa perna, por causa de uns movéis, ia ter que ficar quase o dia todo fechada no quarto, e para mim isso não dava. Bem, ao final de muita luta, lágrimas, lá fiquei eu com este amor disfarçada de guerreira, que tem ar de santa mas é má, tem o feitizinho vincado, teimosa como uma porta, mas que me dá beijos, turras e procura pelo meu colo. 

 

Eu tenho uma boa ligação com os meus gatos, mas a Copas por ser a mais teimosa, mais maluquinha, e tenho de andar mais atrás dela, é também a mais amorosa! Tenho uma ligação especial com ela e não sei bem explicar porquê,mas eu gosto. Podem me dizer que ter animais não é o mesmo que ter filhos, mas a verdade é que o trabalho muitas das vezes não fica atrás, é que quando ela foi castrada (que foi um história de terror) andei duas semanas, fora de brincadeira,  a dormir intermitente, porque ela tremia de frio, dormia encostada toda a mim para aquecer e andava com colete para não lamber os pontos. Eu tinha medo de a magoar, tinha de colocar o colete  bem porque aquilo saia-lhe não sei como. Nos primeiros dias vomitou verde, teve que voltar a ser anestesiada para tirar os pontos (sim, ninguém a conseguia tirar com ela acordada), mas passou. 

 E por isso celebro o meu amor pela Copas hoje! Porque o amor tem várias formas, e esta gata trás o amor no pêlo dela. 

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P.S.: Todas as fotos, tirando a última estão por ordem cronológica. Viram o coração?

 

Sinceramente,

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Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.

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