D.L. 2015 #6
O Corsário Negro, por Emilio SalgariEste ano parece que estou a dedicar algum tempo de "antena" ao Salgari (aqui, e já tenho o 3 volume do "Sandokan"!). Comprei "O Corsário Negro" no Continente, uma edição com uma capa toda catita, laranja com umas silhuetas pretas. E, é daquelas situações em podemos julgar o livro pela capa, porque não só a capa era linda como a história. Fiquei agarrada, como com qualquer história do Salgari. É impressionante como alguém que mal saiu de casa, consegue criar histórias e mundos, com descrições tão precisas que seria preciso viver lá durante alguns anos. Já repeti isso quando li o Sandokan, e agora volto a repetir no Corsário Negro. As descrições do mundo da pirataria, bem como do mundo tropical na América do Sul, é tão descritiva que encanta.
Tal como o nome indica, a história é acerca de um corsário chamado o Corsário Negro. A acção começa quando um dos seus irmãos, o Corsário Vermelho é morto, pelo mesmo homem que matou os seus outros dois irmãos. Toda a história é uma história de vingança, que começa quando o irmão mais novo é morto e então os restante irmãos deixam a aristocracia italiana para se tornarem em verdadeiros terrores do mar e vingar o seu irmão. Mal sabiam que iria só o Corsário Negro sobrar, com toda a vingança por completar. Este corsário é-nos apresentado como um homem frio, corajoso, lutador e empreendedor, e um pouco desconfiado. Mas ao longo da história ele vai abrindo o coração não só para uma donzela como para o resto do público.
Somos ao longo do livro abraçados pelo mundo tropical de Tortuga, e de Macaraibo, e pelo mundo de medo e austeridade aquando as invasões francesas, holandesas e alguns ingleses. Viajamos o mar das Caraíbas no seu navio chamado Relâmpago, por tempestades e batalhas navais, e percorremos a floresta tropical da América Norte numa perseguição desenfreada do inimigo. Amizades, amor, traição, sacrifício. Tudo isto acontece no primeiro volume de o "Corsário negro".
Como sempre, a escrita de Salgari é fácil de entender, enriquecida com descrições simples mas bastante pormenorizadas dos cenários, tão boas que parece que estamos a sentir os cheiros, e a visualizar.
Fiquei desiludida quando acabei de ler. Porquê? Não sabia que eram vários volumes, só vi este à venda ainda, e fica a história com um cliffhanger. E agora? Tenho que ler o resto :D
Porque escolhi este livro para este ponto do desafio de leitura? Porque, embora esta época não fosse favorável para as mulheres, fosse qual fosse o estatuto social, admito que dentro de mim gostava de ser uma corsária. Já imaginaram a quantidade de locais novos para explorar, e ver todos aqueles locais tropicais pristinos, com tudo de novo para se ver? E o ouro e obras de arte em forma de joalharia que se devia ver. Ai ai, não me importava de ser um Jack Sparrow.
Sinceramente,
Sofia G.