Memorinhando
Sofia vai caminhando, pisando o passado. Pisando os caminhos que tantas vezes calcorreou. Caminhos que tanto mudaram e que no entanto se mantêm o mesmo. Já foram mundos cheios de coisas a descobrir, que demoravam momentos sem contagem métrica medida nos termos concretos. Agora sei os decor, mas a magia, a magia lá está.
Sofia vai caminhando, vai percorrendo as estradas memórias. Memorinhando, encontrando momentos que fazem parte de mim, que me constroem e me definem nos segundos da vida.
Sofia vai caminhando, vai chorando pela Sofia que já caminhou. A Sofia que sonhou que aquela estrada faria parte de uma memória antiga e que não passaria disso. Vai chorando porque quando o choro já for maduro, a estrada já vai ser uma memória.
Sofia vai caminhando e vai decalcando tudo na Sofia: aqueles muros, aquelas flores, aqueles cores. Os cheiros que me raptam por momentos.
- não quero que os muros da aldeia desaparecem que os caminhos de cabra desapareçam e que a calma se extinga.
Sinceramente,