Ler um livro acerca de livros, tem a sua magia. Principalmente quando é com uma personagem que tem o mesmo gosto por livros como nós. É quase como se estivessemos a ver um pouco da nossa vida, num livro. Tem o seu quê!
"The Reader's of Broken Wheel Recommend" de Katarina Bivald, foi uma leitura para o Book Bingo Leituras ao Sol 2, e que acabei durante a maratona da Dora do #lecomoestiveres. Contudo, foi o máximo da minha participação.
Foi uma leitura deliciosa. É uma história que na minha opinião tem tudo na medida certa, mesmo sendo um chick lit. Não tem muita lamechice, nem tristeza, nem encontros idióticos demais (talvez só um), nem personagens enervantes, e mesmo o final, tem o final feliz, mas não é aquele desfecho demasiado cor de rosa.
Este livro conta a história de Sara que vem da Suécia, para uma pequena cidade da América do Norte. Depois de ter sido despedida, viajou quase meio mundo para passar uma temporada de 2 meses em Broken Wheel, para conhecer uma pen pal com quem trocava cartas há uns anos. No entanto, a pen pal Amy, que nunca tinha mencionado que estava doente, morre e no dia em que Sara chega à casa dela, tinha acabado de ser o seu funeral. Apanhada desprevenida, Sara nem sabe como reagir, mas é conduzida logo pela pequena população que a recebe como se já a conhecesse. Embora Sara quisesse voltar, acaba pelas eventualidades de ficar por lá,na casa da Amy. Ela queria pagar a renda, mas ninguém aceitava, ela queria pagar a comida e ninguém aceitava. Toda a população a tratava como a sua hóspede. Então Sara, para retribuir abre uma livraria com os livros de Amy. Numa pequena cidade, abandonada, financeiramente vazia, uma livraria não era o que se chamava essendial. Mas aquele pequeno gesto, indiretamente afetou tudo e todos, principalmente pela luta que havia com a cidade rival. Assim a livraria tornou-se, mesmo não sendo usada para o objetivo primário venda de livros, pois quase ninguém gostava de ler a não ser Sara, no centro de todos os eventos que rivitalizou a cidade, não só a vida dos seus habitantes como mesmo a cidade em si. No entanto levanta-se uma problemática: Sara só tinha um visto para 2 meses e não podia alargar mais a sua visita. A solução?A cidade pediu a em casamento. Tom, o sacrificio, como alguns o chamaram, acabou por aceitar, e Sara também, no inicio pela brincadeira, no final porque só queria ser amiga de Tom e não queria sair daquela cidade. Penso que não preciso de dizer como acabou?
É um livro com nuances agradáveis, com um registo de escrita fluida. As personagens são caricatas, mas não deixam de ser representativas, simples, fáceis de entender mas ainda não nos deixam de surpreender. A auto descoberta de muita delas, foi cómica. Gostei do livro porque temos a vida naquela cidade tão bem descrita no dia a dia, mas não é entediante, não temos descrições intensiva.
Para um primeiro chick lit penso que até foi uma boa escolha e recomendo.
Este fim de semana li "Uma mentira mil vezes repetidas" de Manuel Jorge Marmelo. Foi uma leitura para o Book Bingo Leituras ao Sol 2 e Ler os nossos 3ª edição. Coincidência, participar no Ler os Nossos, com um livro que ganhei na 2 edição deste projeto de leitura.
Quando vi a disposição do texto nas páginas pensei que seria um livro com crónicas ou pequenos contos sem ligação. Depois de ler o primeiro e segundo capítulo ainda assim fiquei convencida. No entanto à medida que vamos lendo e avançado mais na história, percebemos que todo este livro, é como dizia Goebbels, uma mentira tanta vezes repetida que acaba por se tornar verdade.
Todo este livro ronda à volta do labuto que o narrador tem para inventar um livro, com um autor inventado, e com personagens inventadas, tudo para parecer intelectual e ver as reacções das pessoas nos transportes públicos. É uma verdadeira metáfora do ditado "são precisas muitas mentiras para sustentar uma". Mostra o trabalho em que nos dedicamos e nos focamos muitas vezes para manter uma mentira, que tal como uma praga, vai-se alastrando e temos que sustentar todas as bocas que essas mentiras esfomeadas precisam para se nutrir. O narrador, cria o autor e toda a vida do autor, tendo para isso realizado uma pesquisa histórica para os factos coincidirem, cria personagens secundárias que fazem a ponte para atualidade do autor, e cria todo o mundo do livro que o autor inventado gerou. Assim , não querendo ser escritor e ter o trabalho de gerar um livro, ele criou o naúfrago para preencher a ilha deserta que é a o mundo que criou.
Foi um livro que me obriguei a ler. Primeiro para sair fora da minha zona de conforto, segundo para participar no Ler os Nossos porque sabia que não ia ter tempo para ler Os Maias a tempo, e terceiro, porque ao longo do livro, que tem um narrativa com uma velocidade que nem é monótona mas nem é acelarada, continha excertos geniais. Marquei algumas páginas e alguma frases vão para o meu cadernos das frases, que falam acerca do que é ser escritor ou mesmo sobre certas condições humanas. No entanto a velocidade de leitura não é das melhores, estamos constantemente a ver repetições de certas partes da história do qual parte para outra mentira. E não saimos deste enredo, até ao último capítulo que de uma forma abrupta cai na realidade.
Foi uma leitura forçada e que nem sempre podemos ter boas surpresas.
Antes de me alongar, tenho que apresentar uma errata ao último post "o que tenho lido". É que o livro que li para o desafio 365 dias com Poirot e Marple, vou colocá-lo no desafio do Book Bingo Leituras ao Sol 2. É a minha primeira leitura e a minha primeira alteração à TBR. Vai contar para a categoria "Livro que tenha sido publicado há mais de 10 anos". A data de lançamento de "Os crimes de Abc" é de 1936, logo penso que entra bem nesta categoria.
Regressando ao título do post (que esteve para ser um vídeo mas com a minha timidez gigantesca e complexos desisti) e dentro do tema Book Bingo Leituras ao Sol 2, li para este desafio o clássico de ficção cientifica "Um estranho numa terra estranha" vol 1 de Robert Heinlein, pertecendo à categoria "Prémio Literário Estrangeiro". Robert Heinlein com esta obra obteve os prémios Hugo Award for Best Novel (1962) e Prometheus Hall of Fame Award (1987).
A leitura deste livro também contou para o desafio 101 livros de fantasia e ficção cientifica.
Resumo:
Há vinte e cinco anos, a primeira missão a Marte terminou em tragédia e todos os tripulantes morreram. Mas, na verdade, houve um sobrevivente. Nascido na fatídica nave espacial e salvo pelos Marcianos que o criaram e lhe ofereceram uma nova vida, Valentine Michael Smith nunca viu um ser humano até ao dia em que é descoberto por uma segunda expedição a Marte.
Ao regressar à Terra, vê-se pela primeira vez entre o seu povo. Começa então um percurso de aprendizagem dos códigos sociais e preconceitos da natureza humana, totalmente alienígenas para a sua mente. Nesse processo de descoberta e integração, Valentine irá partilhar com a Humanidade os rituais sagrados que aprendeu em Marte e retribuir com as suas próprias crenças sobre o amor e o sentido da vida. Mas conseguirá alguma vez deixar de se sentir um estranho numa terra estranha?
Tenho uma relação bem estranha com este livro. É só o volume 1 da história mas acho que tem alguns plot holes. Contudo o que me desiludiu mais foi que eu tinha uma ideia errada da acção, que me criou expectativa e me desiludi a ler a história.
Valentine regressa ao planeta terra com segunda expedição a Marte. Depois de todos os aparatos com ele porque tendo nascido e desenvolvido num planeta com baixa gravidade, regressar à Terra com 1g é necessário preparar o corpo para isso. Então Valentine vai para o hospital onde fica isolado. Todos pensam que o isolamento é meramente cuidar bem de Valentine, mas é aí que Ben Caxton e Jill entram, pois compreendem que existe todo um interesse por parte do Governo: é que até aquele momento nenhum país tinha pretensão sobre Marte, e Valentine tendo em conta toda a buracracia realizada na primeira expedição é como se fosse o dono de Marte.
Depois de algumas artimanhas, Valentine é salvo por Jill e acabam na casa do Jubal, local onde vai ser colocado em trânsito um plano para conseguir dar os direitos todos a que Valentine tem.
Ao longo deste percurso Valentine é arrastado como uma criança inocente, aceitando as coisas. E é neste pequeno pormenor que me encantou a história. É que toda a experiência de ensinar Valentine, os conceitos e preconceitos da sociedade humana, e conseguir ensinar a aplicabilidade nas situações corretas, numa mente tão inocente, tão simples e tão bondosa, gerou diálogos que chegam mesmo a dissertar sobre a nossa condição humana. Tem diálogos lindos. Aliás, metade da história neste livro são diálogos acerca de Valentine ou sobre o seu passado (que se fala muito, muito pouco), ou sobre toda a burocracia que o levou a ser uma peça puzzle chave (que nalgumas vezes não entendi porque eram conceitos tão intrinsecos à história que não percebia a sua aplicabilidade), ou então trocas de experiências e aprendizagem com Valentine. Tudo isto ocorre basicamente em três cenários:: o hospital, a casa de Jubal e o local final onde acontece a conferência. As personagens são fantásticas: não há cá muita complexidade, excepto talvez em Jubal, mas a verdade é que toda a dinâmica gerada entre eles é fantástica. Adorei a personagem de Jill, que no inicio pensei que não me ia aquecer nem arrefecer, mas surpreendeu me bastante ao longo da história.
Tem alguma intriga esta história, o que seria de esperar quando temos Governo com interesses próprio.
Dei três estrelas, no entanto sei que esta história merecia mais, até porque eu gosto quando a história andar a roçar ali nos conceitos de ética. Mas não consegui abstrair me das coisas que me faziam falta. Senti falta de um pouco de acção ou pelo menos de uma narrativa mais acelarada, precisava de fechar umas ponta soltas. Quero ler, sem falta o segundo volume para tirar as teimas acerca da história.
Quem já leu qual a vossa opinião? Preciso de discutir o livro com alguém porque li este livro numa fase de cansaço e tenho medo de não ter aproveitado o livro como devia ter aproveitado.
Sinceramente,
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Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.