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The Daily Miacis

LEITURA // Que género vos surpreendeu e prendeu?

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As nossas papilas gustativas vão evoluindo à medida que crescemos por isso há coisas que vamos passando a gostar quando nos tornamos adultos. Embora a nossa memória sensorial nos mantenha alguns gostos sempre nossos, vamos descobrindo sempre novos sabores que passam a fazer parte de nós também.

 

O mesmo se passa com os livros. Acabamos por ter sempre tendência a manter-nos na nossa zona de conforto, a ler aquilo que nos dá mais prazer, que nos satisfaz e que já conhecemos. Embora os escritores tenham a sua forma de escrever bastante própria, a maior parte circunscreve-se bem dentro do género a que pertence a história. E ler aquilo que mais gostamos é bom, porque se ler é para nos fazer bem, temos que ler algo que nos saiba bem, certo? No entanto, a verdade, é que por vezes ignoramos histórias, temas, géneros, que até podemos torcer o nariz. Até que alguém nos diz, sugere, dá nos um livro para ler do género pois garante que vamos gostar daquele ou se queremos ler algo do género devemos começar por aquele. Experiência diz me que geralmente acontece duas situações: ou adoramos ou detestamos. Meio termo não acontece muito. 

 

Comigo nem começou assim. Começou com "Poirot" e "Miss Marple", séries de época e com personagens tão queridas. Começou com o Booktube e ver pessoal a ler mistério, e empolgado contar como chegamos ao final. Querer ler há muitos anos Agatha Christie porque é um clássico. E agora estou viciada no género. Quero, preciso da intriga, do mistério que está ao virar da página. Do ver o segundo significado de cada frase. Analisar a descrição das personagens. 

 

Isto surpreende me porque eu sempre fui uma menina de fantasia e ficção cientifica. Li claro livros de outro género, clássicos, romances, auto ajuda. Mas acabo sempre por ler mais fantasia e mais ficção cientifica. Agora acho que me vou encantar também com o crime e thriller, um género que nunca me chamou, nunca. Nem quando havia livros mais aclamados.

 

E vocês, aprenderam a gostar de algum género que não pensavam gostar?

 

Sinceramente,

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O que tenho lido #26

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A leitura partilhada da Outra Mafalda da Série Sevenwaters, tinha como leitura de Maio-Junho o terceiro livro " A filha da profecia",, de Juliet Marillier. Geralmente gosto de ler mais perto da discussão, mas depois da live onde se discutiu o segundo livro desta leitura, tinha que saber o que acontecia depois. 

 

Neste terceiro livro, já temos outra mulher com o papel principal. Ao contrário de Sorcha e de Liadan, esta personagem, Fainne, não tem uma peronalidade tão marcante, pois ela não acredita em si nem nas suas qualidades. Foi ensinada desde pequena que tem um sangue mau, e que nunca poderá ter luz na sua vida. Desde pequena que vive com o pai na caverna  de uma falésia, sendo ensinada na arte druida e de feitiçaria, sempre esperando que chegue o Verão quando o seu amigo, que pertence a um povo nómada, Darragh, chega. É o ponto alto da sua vida, pois senão o resto dos dias é no sossego da caverna a treinar arte com o pai ou só a acalmar a mente. Mas tudo muda quando a avó dela, Oonagh, aparece.

 

Nunca esperei que este livro levasse o rumo que levou. Desde o ínicio da série Sevenwaters que ouvimos falar das ilhas e que é preciso conquista las, mas nunca pensei que se iam tornar no foco principal da história. Neste livros estas ilhas finalmente tomam presença fisica sendo o cenário onde culmina toda a história. Fainne como já referi é uma personagem bastante introvertida, com falta de confiança e com uma missão nada fácil tendo em conta a sua falta de experiência com a vida, com a sua própria pessoa e a própria missão em si. Não é das personagens que mais me atraiu, até porque mesmo no final de tudo, depois de tudo o que ela faz, a verdade é que nem aí ela ganha mais confiança, nem em si nem nos seus poderes. 

Contudo ao contrário das sua antecessoras, cujo destino levou as a apaixonar por um homem inimigo da sua família, aqui Fainne não tem que provar nada, esse amigo sempre esteve apaixonada por ele e quando as coisas se resolvem,  são feitos um para o outro. Não só a relação dela com a cara metade é diferente porque enquanto Sorcha e Liadan passaram por uma fase de dúvida e sofrimento, Fainne nunca se apercebe só mesmo no final. Mas a própria contextualização na familia é totalmente diferente. Enquanto Sorcha e Liadan são a coluna da familia desde pequenas, são o coração da familia,curandeiras, com uma ligação espiritual enorme com a floresta. Fainne é criada fora desse meio, só com o pai numa caverna em que tinham dias que nem se falavam, e sem nenhuma ligação espiritual, só quando chega a Sevewaters é que começa a ter alguma ligação. 

 

A sensação que tenho é que existe um corte com as gerações anteriores. No segundo livro, com Liadan, vamos tendo uma passagem gradual da geração anterior que eram o foco da história e passamos aos poucos a ganhar mais carisma e conhecimento da nova geração. Aqui neste, também por localização da história, não temos essa passagem tão bem demarcada. Sabemos por alto o que acontece mas não temos muitas histórias do que se passou naquele salto temporal. Ainda assim, neste livro li muito melhor no ínicio que no anterior. Juliet Marillier tem um desenrolar muito lento da acção, e este livro não foi nenhuma excepção. Mas ver a história da Fainne, do dilema interior dela, e das viagens que ela faz, torna a leitura agradável.

 

Gostei do fecho para esta parte da Série Sevenwaters. Mas só tenho uma coisa a dizer: a Fainne não é romântica. Aquele última frase dela foi tão... fraca?

 

Sinceramente,

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O que tenho lido #21

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Março e Abril, na leitura partilhada do Sevenwaters que A Outra Mafalda está a fazer, foram os meses para ler " O filho das sombras", o segundo livro da colecção Sevenwaters, de Juliet Marillier. Consegui comprar esta edição no OLX, com esta capa que é mais gira que a edição mais atual, penso eu.

 

Neste segundo livro já entramos numa nova geração, temos os 3 filhos da Sorcha e do Red. A história é contada por Liadan, que tal como a Mãe Sorcha, é o coração da floresta. Ganhou o dom da cura e da Visão e como tal também percebe melhor a magia encerrada naquelas florestas. As criaturas encantadas resolvem aparecer de novo e lançar o seu desafio, e avisam a Liadan que ela não deve sair da floresta.  Por vias do destino (ou não) Liadan, descobre algo que muda a vida que até agora conheciam, e em consequência disso um dia a caminho de um local é raptada por um grupo de homens mercenários, para salvar a vida de um homem. Esses homens são comandados por o Homem Pintado, um homem cuja vil fama o precede. Mas Liadan ao longo do tempo que tem de passar com este, reconhece que a sua fama  não demonstra a realidade, e acontece algo inesperado.

 

Para quem odeia inícios lentos este livro é terrível. "A filha da floresta" tem um início lento mas, o desenrolar da história a  conhecer as personagens e o ambiente acaba por tornar a leitura mais agradável, mas neste livro é tortuoso em certa fase porque avança terrivelmente devagar e inicialmente acho as conversas um pouco infantis. Sorcha, se bem me lembro é mais nova que a filha Liadan na fase em que começa o livro, e ainda assim parece me mais adulta. Pelo menos é a sensação que tenho.

 

Relativamente à fantasia, também não gostei da fantasia deste. No primeiro livro sentia mais a descrição e a forma de as personagens reagir, era uma magia mais orgânica, mais natural. As próprias tradições das épocas, as histórias, tudo, é mais ritualistico. "O filho das sombras" também tem mas não consegui sentir aquela ligação, aquela sensação natural.

 

No entanto nem tudo é mau neste livro. Posso dizer que até metade da história não estava lá muito convencida. Pior, eu estava a adivinhar muitas coisas como: eu descobri logo no inicio de quem o Homem Pintado era filho. Mas nos últimos dias do rapto da Liadan até ao fim, gostei muito. O final foi um pouco inesperado porque eu já estava a imaginar um final bonitinho tudo feliz mas não foi assim que aconteceu. E o romance é daqueles apaixonantes, não é tão educado como no caso de Sorcha e Red. Outra coisa bem conseguida é a transferência de gerações, as personagens antigas aparecem e muito gradualmente vão dando o palco às novas, o que é bom.

 

Embora com vários pontos que não gostei ainda dei uma boa pontuação no Goodreads porque é inevitável não gostar da história. Ainda assim no geral, gostei mais  de " A filha da floresta", nesse eu remoia, eu senti mesmo a história. Aqui não, embora acabe por gostar mais de Liadan que Sorcha. 

 

Estou curiosa para ler o próximo!

 

Sinceramente,

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O que tenho lido #18

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 A leitura deste mês do Clube de Leitura Companhia da Tinta foi "As brumas de Avalon - A Senhora de Magia" de Marion Bradley. Já queria ler este livro há muito tempo, até porque vi o filme estava eu na minha adolescência ou seja, há mais de uma década, e na altura achei uma história bonita e interessante. O poder do feminino sempre me atraiu, e neste livro o que não falta são demonstrações desse poder. O problema é que exatamente por já ter visto o filme, o factor surpresa desapareceu. Então foi mais uma lembrança do filme que outra coisa.

 

Esta história é um retelling se pode se usar este termo, da lenda do Rei Artur. Toda a mística que existe à volta dessa lenda está aqui: temos a famosa espada Excalibur, temos uma Senhora do Lago, temos Merlin, temos Guinevere embora com outro nome, temos os principais cavaleiros da Távola Redonda, e temos Morgaine. A história pode não ter muitos feitiços com com dragões e outras coisas que tais, mas a magia lá está. Está presente de uma forma tão natural, tão orgânica que facilmente faz parte da história e de todo o mundo. Estanto contextualizado no mundo Celta, esta mística ligada à natureza é tão facilmente compreensivel e facilmente percebemos.

 

Esta história começa ainda Artur não nasceu, aliás Artur é quase uma criança até 2/3 do livro. Começamos com a mãe de Artur, uma jovem de 18 anos, e com toda a máquina que vai entrar em acção para que Artur seja gerado e chegue ao trono de uma Britânia que começa a ser invadida em grande por uma nova religião que os romanos trouxeram: a religião Cristã. Esta religião é o total oposto da que até agora se tinha mantido. A mulher que até aí tinha um papel importante e de peso, passava a ser um objeto de pecado, que tem de se manter num canto e fazer filhos basicamente. Depois de cerca metade do livro que é do ponto de vista da Igraine, passamos para o ponto de vista de Morgaine, que sendo meia irmã de Artur, pertence à linhagem real de Avalon, e tendo o dom, vai para a ilha, para ser treinada como uma grã-sacerdotisa. E é partir daqui que a intriga adensa mais.

 

Para mim toda a história deste livro tinha tudo para me deixar encantada: Inglaterra, Celtas, femininismo, e fantasia. No entanto não mexeu comigo como estava à espera. Como mencionei, ter visto o filme e mesmo que há muito, tenho muitas lembranças. Então sabia os pontos chave da história e já não me surpreendia. A única coisa que fiquei surpresa no livro é como é Viviane, a tia de Morgaine e Senhora de Avalon. No livro é descrita como pequena, morena, fria mas ao mesmo tempo terna. Angelica Houston é tudo menos pequena.

 

O que mais gostei de tudo foi  a escrita. Embora a  edição que tenho tem bastante erros ortográficos, a escrita é facil, é fluida, não tem palavras ou comparações muito complexas. Algumas descrições podiam estar mais estruturadas mas tirando isso a escrita é tão dinâmica, interativa com a história, que é um livro tão fácil de ler. Não temos momentos com descrições gigantescas de um lugar ou um momento, temos descrições que vão aparecendo aqui ou ali, fazendo parte da história, não estando soltas. Ou seja temos a visualização de tudo no momento certo sem ficar entediado. 

E está de tal forma tão impregnada na história que mesmo descrições dos rituais que faziam, como matar animais e banhar se em sangue, aquilo é de tal forma escrito banal, que não provoca choque. Pelo menos em mim, eu li e não fiquei enojada nem chocada. Mas também não fiquei chocada com a revelação que acontece depois, ou seja posso estar a ser influenciada pelo filme. Ler um livro depois do filme não é mesmo nada a melhor das sensações.

 

Quem participou na leitura? Gostaram?

 

Sinceramente,

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BLOGGER
Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.

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