Se por um lado adoro a sensação de aconchego que o Inverno, as comidas quentes e cheirosas, e os gorros trazem, por outro lado a Sofia do dia a dia que sai do trabalho esgotada anseia pelos dias de sol.
Nestes últimos dias, saí e reparei que ainda há bastante luz do dia depois de eu sair do trabalho. Não durante muito tempo mas já dá para sair e caminhar muito rápido com o Chewie, ver campos, respirar ar livre. Sei que não tivemos Inverno como deve ser, pouco mais do que uma semana seguida de chuva tivemos, depois tivemos chuviscos aqui ou ali. A minha lógica diz que não devia estar a gritar pela Primavera, que as barragens não estão cheias e que a seca é um problema real, mas... não me reconhecendo, que sempre fui uma fanática do Inverno, estou a orar que a luz chegue, que os dias quentes e grandes cheguem.
Faz me falta o quente na pele, as cores no jardim, a luz para acalmar. Estar no jardim quieta a ouvir o mundo passar, procurar por insetos, sentir a areia nos pés.
Digam que não sou só eu que anseio por estes dias.
Não entendo, porque raio se adianta uma hora no Inverno? Eu entendo que no tempo em que não havia electricidade tinha lógica mas, agora? É que uma pessoa até fica deprimida ser 17h30 da tarde e estar negro. Quero ir passear com o cão já não posso, e depois pessoas como eu que vivem no fim do mundo até dá medo sair para a rua só, porque andar em caminhos de cabras vazios, não me atrai.
Para hoje não tinha planeado este post mas não conseguia esperar até à semana. Então, como uma boa cusca, ontem fui procurar neve. Não dava para resistir. Pelo facebook era tudo a publicar como o Norte estava branco. Por isso tinha que se investigar, porque.. é neve. Não sei qual o meu fascinio mas gosto de ver a paisagem pintada de branca, o frio no corpo e depois correr para tomar algo quente.
Contudo não foi dos melhores dias. Estava a chover e simplesmente não parava. O que levava a crer que talvez chegando ao sítio já não ía haver neve. Mas enganamo-nos! De um momento para o outro, literalmente, o monte passou de verde/castanho a branco! Lindo, lindo! A neve mesmo já com a chuva que tinha caido, e horas desde o nevão ainda tinha uma altura relevante. Aqui nas fotos não dá para realizar isso, porque não paramos nos sitios com muita neve. Estava algum trânsito para o normal naquela zona, e a chuva a partir de certa altura começou a ser bastante. E para adicionar a isso, nevoeiro. Como podem reparar pelas lentes, não dava um segundo sem que caísse água. E fria, porque estive só 10 minutos sem luvas na mão, e, fiquei com a mão fria e adormecida pelo frio.
Aproveitamos para levar os cães, a Haruki que é a cadela do meu pai, e o Nero, que foi a primeira vez que viu neve na vida dele. E como podem ver, gostou, foi para a água gelada, comeu caca de vaca quando me apanhou distraída, andou a cheirar tudo o que podia e depois correu para o quente do carro.
Ontem fiz a viagem da praxe para ver esses montes por aí acima. Nem havia esperança de neve, porque com este calor anormal para a época, o ar estava frio mas não chegava para neve. Embora se vá por caminhos familiares, há sempre espaço para se explorar um pouco. E desta vez foi em direcção a Valdepodros, que fica antes de Lamas de Mouro, perto da Gavieira, É uma terra isolada, com prados e montanha juntos. Todo salpicados de gado cacheno, é engraçado ver velhos costumes a aparecerem. No entanto soube-se depois que o costume voltou por outro interesse: os subsidios do Estado. Ou seja têm cabeças para receber o subsidio mas o gado que se arranje só. É um pouco triste, digo-vos.
À parte deste lado feio português, Valdepodro, tem uma coisa engraçada que já não se vé muito e que é tipico daquela zona: está cheio de construções de casa antigas, em que ainda se usava placas de granito sobrepostas. Metade da aldeia são estras contruções, logo como podem ver, Valdepodro é simples mas nem por isso perda a sua beleza natural. A natureza é que impera por lá, e é rigida e linda. As construções cobertas por musgo, iluminadas por aquele sol que penetra por camadas de ar frio, é.. lindo. E o silêncio só é quebrado pelos pássaros ou pelo burburinho baixo das eólicas. Deixo vos aqui fotos, para vos mostrar um pouco do que é. Porque como eu digo sempre, andamos sempre à procura de coisas bonitas lá fora quando temos tão perto de nós. Alerta: sim, tem a foto típica dos cogumelos. Onde há Sofia com uma máquina, tem de haver cogumelos ou insectos.
No restaurante de Valdepodro, tinha um casal de cães, um arraçado de pastor alemão, outro de Castro Laboreiro, e tinham uma ninhada de peluches! Não são fofinhos? Aqui só estão dois mas havia mais. A minha vontade era pegar neles e fugir!
Não é lindo?
Eu queria comparar a primeira foto com uma que tirei no inicio deste ano, que publiquei quando ainda estava no Wordpress, mas o Wordpress faz-me o favor de não me deixar exportar um ano inteiro de post. Não é simpático? Por isso deixo aqui o link para verem se quiserem. Aqui a foto está no inicio, no post da neve é das ultimas fotos.
Sinceramente,
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Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.