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The Daily Miacis

Os meus livros conforto

Existe a comida conforto, onde vamos buscar memórias de cheiros, sabores, e as nossas pupilas gostativas com o seu deleite, informam o nosso cérebro que está tudo bem. 

 

Mas, para mim, também há livros conforto. São aqueles livros que procuramos quando precisamos de um abraço, quando precisamos de "falar" com pessoas que já não viamos há um tempo, reviver bons momentos, embrenhar-nos nesse mundo e sentirmo-nos em casa. Acho que é a sensação de pertença, que nos dá esse conforto. São aqueles livros, que lemos vezes sem contas, que já sabemos algumas frases decor, as personagens como a palma da mão. Ainda assim, há sempre um momento que nos escapou, sempre uma frase nova que nos surpreende e nos preenche. São aqueles livros que estão na estante e têm um aspeto mais gasto que os outros, as pontas mais dobradas, e as páginas fartas de serem viradas, mas sempre numa posição preveligiada, para ser mais rápido de tirar da estante.

 

São aqueles que nos dão conforto.

 

Tenho poucos mas valem por muito. Foram os meus ombros nas horas tristes, os meus companheiros quando me senti mais sozinha, que me fizeram rir, e que me dão nostalgia.

 

O Senhor dos Anéis

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Não preciso de alongar e dizer que estou a adorar a leitura partilhada que estamos a fazer neste ano, desta trilogia! Decidi que vou instituir, para o meu bem, como leitura obrigatória anual. Não vos consigo explicar, nem em desenho nem em palavras, o conforto, a felicidade, o bem estar que me dá quando leio as aventuras do Frodo, do Gandalf, Aragorn, Pipin e Merry, Faramir, Eowyn... J.R.R. Tolkien consegue criar um escudo à minha volta em que sou só eu e a Terra média. Li este livro, como já disse, a primeira vez numa aposta, ainda na época do liceu, onde apostei que lia mais depressa que outro rapaz que dizia que era dificil de ler. Li rápido, o que fez com que eu não estivesse com muita atenção a certos pormenores, mas adorei todos os capitulos e páginas. Agora, quando releio, descubro sempre algo novo, e lindo.

 

Livros banda desenhada Senhor Patinhas

 

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Estes livros são aqueles que me dão uma sensação de nostalgia, das memórias de infância, de momentos quentes e felizes. Sim tenho quase 30 anos, mas ainda vou muitas vezes à minha caixa de plástico  e pego num livro ao acaso (porque mesmo depois das obras não consegui arranjar um sitio decente para eles - não os quero num sitio exposto). Consigo me rir várias vezes com o azar do Donald, e a teimosia do Tio Patinhas. Já sei muitas histórias decor, mas não me importo de reler. Pode ser uma leitura infantil, que é, mas que mal nos faz ler coisas deste género? Nenhum, só nos faz relaxar, e até abstrair a cabeça. Só nos faz lembrar, como as coisas mais simples e inocentes, ainda nos captam o coração. Não consigo evitar de ficar empolgada com o sentido aventureiro do Tio Patinhas e as aventuras todas que acontecem por várias culturas: celta, Maias, Indios, etc.

 

Harry Potter e a pedra filosofal

 

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Poderia referir a colecção inteira, mas a verdade, é que o primeiro livro tem aquele impacto em mim, que os outros não têm. Ainda me lembro de estar na livraria com a minha avó um pouco aborrecida, mas que no final ela me deu o livro porque era perto dos meus anos. Penso que naquele meu momento juvenil, foi dos livros que li mais rápido.Harry Potter acompanhou me durante alguns anos de crescimento, como a muitos leitores que seguiram a colecção afincadamente. Para mim, Outono, Outubro, é tempo de ler este livro.

 

Colecção Astérix

 

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Estes livros têm muito significado para mim pois já me reconfortaram muitas, muitas noites. Já me ri tanto mas tanto, e ainda assim, muitas das vezes, releio aquela frase e ainda me rio. É um comic que consegue abrangir várias idadas, e as piadas apresentam  várias camadas, e com 8, ou 80 anos conseguem perceber facilmente. Penso que não preciso de falar muito, porque.. é Astérix. 

 

"Eu quero escrever uma história de amor" do Clube das Amigas

 

Eu já nem me lembrava bem do nome deste livro pois infelzimente já não tenho o meu exemplar. Li este livro numa noite, e consegui me identificar tanto, absorvi tanto a história, e tendo em conta que, desde sempre nunca fui muito apaixonada por histórias de romances, este livro conseguiu chamar-me. Talvez seja porque se passa no Natal! Gostei tanto, que li esse livro novamente na noite seguinte, porque gostei tanto da história que queria mais daquilo, queria ler mais.( se alguém tiver esse livro por casa e pesar, eu aceito!)

 

 

Menções Honrosas

 

Estas menções são os livros que, mesmo não tendo lido mais que uma vez, sempre que os vejo tenho boas memórias. São quase todos de fantasia!

Guerra dos Tronos que me lembra sempre uma boa época da faculdade, Inkheart porque é lindo, lindo, lindo, Mundos Paralelos, porque foi talvez quando li um livro com uma personagem feminina tão forte e eu adorei, woman power! O diário da nossa paixão dos poucos livros de romance que li e amei sem sentir me lamechas.

 

Não são grandes clássicos, nem nomes muito sonantes para a maior parte, mas são os meus, que me criam os pequenos traços da Sofia.

 

Quais são os vossos livros conforto?

 

Sinceramente,

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O que tenho lido #26

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A leitura partilhada da Outra Mafalda da Série Sevenwaters, tinha como leitura de Maio-Junho o terceiro livro " A filha da profecia",, de Juliet Marillier. Geralmente gosto de ler mais perto da discussão, mas depois da live onde se discutiu o segundo livro desta leitura, tinha que saber o que acontecia depois. 

 

Neste terceiro livro, já temos outra mulher com o papel principal. Ao contrário de Sorcha e de Liadan, esta personagem, Fainne, não tem uma peronalidade tão marcante, pois ela não acredita em si nem nas suas qualidades. Foi ensinada desde pequena que tem um sangue mau, e que nunca poderá ter luz na sua vida. Desde pequena que vive com o pai na caverna  de uma falésia, sendo ensinada na arte druida e de feitiçaria, sempre esperando que chegue o Verão quando o seu amigo, que pertence a um povo nómada, Darragh, chega. É o ponto alto da sua vida, pois senão o resto dos dias é no sossego da caverna a treinar arte com o pai ou só a acalmar a mente. Mas tudo muda quando a avó dela, Oonagh, aparece.

 

Nunca esperei que este livro levasse o rumo que levou. Desde o ínicio da série Sevenwaters que ouvimos falar das ilhas e que é preciso conquista las, mas nunca pensei que se iam tornar no foco principal da história. Neste livros estas ilhas finalmente tomam presença fisica sendo o cenário onde culmina toda a história. Fainne como já referi é uma personagem bastante introvertida, com falta de confiança e com uma missão nada fácil tendo em conta a sua falta de experiência com a vida, com a sua própria pessoa e a própria missão em si. Não é das personagens que mais me atraiu, até porque mesmo no final de tudo, depois de tudo o que ela faz, a verdade é que nem aí ela ganha mais confiança, nem em si nem nos seus poderes. 

Contudo ao contrário das sua antecessoras, cujo destino levou as a apaixonar por um homem inimigo da sua família, aqui Fainne não tem que provar nada, esse amigo sempre esteve apaixonada por ele e quando as coisas se resolvem,  são feitos um para o outro. Não só a relação dela com a cara metade é diferente porque enquanto Sorcha e Liadan passaram por uma fase de dúvida e sofrimento, Fainne nunca se apercebe só mesmo no final. Mas a própria contextualização na familia é totalmente diferente. Enquanto Sorcha e Liadan são a coluna da familia desde pequenas, são o coração da familia,curandeiras, com uma ligação espiritual enorme com a floresta. Fainne é criada fora desse meio, só com o pai numa caverna em que tinham dias que nem se falavam, e sem nenhuma ligação espiritual, só quando chega a Sevewaters é que começa a ter alguma ligação. 

 

A sensação que tenho é que existe um corte com as gerações anteriores. No segundo livro, com Liadan, vamos tendo uma passagem gradual da geração anterior que eram o foco da história e passamos aos poucos a ganhar mais carisma e conhecimento da nova geração. Aqui neste, também por localização da história, não temos essa passagem tão bem demarcada. Sabemos por alto o que acontece mas não temos muitas histórias do que se passou naquele salto temporal. Ainda assim, neste livro li muito melhor no ínicio que no anterior. Juliet Marillier tem um desenrolar muito lento da acção, e este livro não foi nenhuma excepção. Mas ver a história da Fainne, do dilema interior dela, e das viagens que ela faz, torna a leitura agradável.

 

Gostei do fecho para esta parte da Série Sevenwaters. Mas só tenho uma coisa a dizer: a Fainne não é romântica. Aquele última frase dela foi tão... fraca?

 

Sinceramente,

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BLOGGER
Sou a Sofia Gonçalves. 29 anos. Curiosa sem fim, exploradora de livros, advogada de boa comida, gestora de estados ansioliticos, caçadora de sonhos, escriba escrava da palavras da minha cabeça, pajem dos meus animais.

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