O que tenho lido #21
Março e Abril, na leitura partilhada do Sevenwaters que A Outra Mafalda está a fazer, foram os meses para ler " O filho das sombras", o segundo livro da colecção Sevenwaters, de Juliet Marillier. Consegui comprar esta edição no OLX, com esta capa que é mais gira que a edição mais atual, penso eu.
Neste segundo livro já entramos numa nova geração, temos os 3 filhos da Sorcha e do Red. A história é contada por Liadan, que tal como a Mãe Sorcha, é o coração da floresta. Ganhou o dom da cura e da Visão e como tal também percebe melhor a magia encerrada naquelas florestas. As criaturas encantadas resolvem aparecer de novo e lançar o seu desafio, e avisam a Liadan que ela não deve sair da floresta. Por vias do destino (ou não) Liadan, descobre algo que muda a vida que até agora conheciam, e em consequência disso um dia a caminho de um local é raptada por um grupo de homens mercenários, para salvar a vida de um homem. Esses homens são comandados por o Homem Pintado, um homem cuja vil fama o precede. Mas Liadan ao longo do tempo que tem de passar com este, reconhece que a sua fama não demonstra a realidade, e acontece algo inesperado.
Para quem odeia inícios lentos este livro é terrível. "A filha da floresta" tem um início lento mas, o desenrolar da história a conhecer as personagens e o ambiente acaba por tornar a leitura mais agradável, mas neste livro é tortuoso em certa fase porque avança terrivelmente devagar e inicialmente acho as conversas um pouco infantis. Sorcha, se bem me lembro é mais nova que a filha Liadan na fase em que começa o livro, e ainda assim parece me mais adulta. Pelo menos é a sensação que tenho.
Relativamente à fantasia, também não gostei da fantasia deste. No primeiro livro sentia mais a descrição e a forma de as personagens reagir, era uma magia mais orgânica, mais natural. As próprias tradições das épocas, as histórias, tudo, é mais ritualistico. "O filho das sombras" também tem mas não consegui sentir aquela ligação, aquela sensação natural.
No entanto nem tudo é mau neste livro. Posso dizer que até metade da história não estava lá muito convencida. Pior, eu estava a adivinhar muitas coisas como: eu descobri logo no inicio de quem o Homem Pintado era filho. Mas nos últimos dias do rapto da Liadan até ao fim, gostei muito. O final foi um pouco inesperado porque eu já estava a imaginar um final bonitinho tudo feliz mas não foi assim que aconteceu. E o romance é daqueles apaixonantes, não é tão educado como no caso de Sorcha e Red. Outra coisa bem conseguida é a transferência de gerações, as personagens antigas aparecem e muito gradualmente vão dando o palco às novas, o que é bom.
Embora com vários pontos que não gostei ainda dei uma boa pontuação no Goodreads porque é inevitável não gostar da história. Ainda assim no geral, gostei mais de " A filha da floresta", nesse eu remoia, eu senti mesmo a história. Aqui não, embora acabe por gostar mais de Liadan que Sorcha.
Estou curiosa para ler o próximo!
Sinceramente,